Minha vivência com a pandemia é estar vivendo um dia de cada vez, pois as informações e os fake news nas redes sociais atordoam qualquer ser. Estou inclusa no grupo de risco, portanto cuidado e vigilância são redobrados, apesar da carência de alguns itens básicos para sobrevivência. O cotidiano está sendo reinventado para que o colapso não se propague, através de entretenimento que afaste a fadiga mental e o stress.
O ano de 2019 foi um tanto exaustivo, pois tive que conciliar estudo, trabalho e rotinas de casa. Porém, foi um período de aprendizado acadêmico na UNIFESP, além da conclusão da graduação de Educação Física. Aprendi muito sobre organização, para que pudesse cumprir os diversos prazos que surgiam nas duas graduações. Treinei minha adaptabilidade e meu foco ao aprender a dividir atenções entre o social, o acadêmico e o profissional, pois além das duas graduações, fui nomeado professor de Ensino Fundamental na Prefeitura de Santos.
Para 2020 já estava mais preparado, organizado, motivado e feliz, pois tinha a certeza de que teria mais tempo para me dedicar à Nutrição e a novos projetos, como um grupo de treinamento na praia, voltado aos colegas da UNIFESP.
No entanto, fui anestesiado pela quarentena. Com o isolamento social, iniciou-se mais outra etapa de aprendizagem, que envolve o respeito e a preocupação com outro e um novo processo de conhecer-se.
A rotina foi brutalmente abalada: o acúmulo diário de atividades transformou-se num vazio, repleto de ociosidade. Para piorar, as tristes notícias constantes no âmbito da saúde, além das crises políticas e institucionais tornam o momento ainda mais dramático.
Posto isso, foi necessário pensar na utilização do tempo livre, até mesmo como forma de incluir momentos de satisfação, produtividade, leveza, visando à manutenção da saúde mental. Dessa forma, me programei para organizar as atividades de casa pela manhã, ouvir música em momentos esporádicos do dia, tomar sol às tardes, realizar cursos online, assistir vídeos de interesse profissional, realizar treinos físicos ao final da tarde, assistir filmes pela noite.
Foi criada uma nova rotina, neste sentido, destaco a importância do autocuidado que enfatizei para a alimentação. Pela restrição de alimentar-se fora de casa, passei a cozinhar mais, passando a consumir alimentos mais saudáveis na maior parte dos dias. Por outro lado, ainda consumindo alimentos processados ou ultraprocessados, devido à realização de compras para um longo período, o que exclui a opção por uma variedade de legumes, verduras e frutas.
Estas estratégias tem muito a ver com minha trajetória: a seleção de atividades físicas para o período, com a Educação Física correndo pelas veias; a aproximação ao cuidado alimentar, com as novas aprendizagens de Nutrição; as demais atividades que acabam sendo deixadas de lado pela falta de tempo.
É neste contexto que exponho os desafios com relação à saúde mental. O que serve como solução para mim, pouco ou nada tem a ver com a necessidade de outra pessoa que pode ser afetada pela sua realidade, suas questões pessoais, estrutura financeira, contexto de vida, momento de desenvolvimento acadêmico ou profissional, dentre tantas outras influências.
O tema saúde mental durante a pandemia tem sido o centro de diversos debates por profissionais da área da saúde e também pela população que sofre as consequências do isolamento e das desigualdades que se acentuam neste período.
Durante esta fase de mudanças, surgem no cotidiano novas práticas, novas formas de se relacionar, novas reflexões. Tais alterações refletem um imperativo neste momento.
Neste contexto, os sentimentos mais aflorados estão relacionados à angústia, ao medo e à solidão. Neste sentido, enumeram-se algumas consequências que este período vem transparecendo, como o empobrecimento da população e dificuldades gerais no âmbito das necessidades básicas.
Assim, destacam-se algumas ações necessárias a fim de superar este período de restrição e tão conflituoso, como: o uso da criatividade, no sentido de reinventar processos; ações mais solidárias; e o auto-cuidado. Destaco, neste sentido, a importância de valorizar o tempo disponível, testar e desenvolver novas habilidades e retomar hábitos de preferência, a fim de cuidar da saúde mental.
Como já citado, as desigualdades tornam-se mais transparentes e se agravam devido às deficiências já estabelecidas, às novas necessidades e às novas condições como adoecimento, desemprego, diminuição de renda, entre outros aspectos.
Portanto, há necessidade de se repensar a respeito dos valores, pois é cada vez mais evidente que o sistema social é quem está doente. Logo, é preciso transformar este sistema. O momento da pandemia pode ser então uma fase importante para efetivar tal transformação, aproveitando-se para reunir esforços, organizar-se melhor em lutas mais profundas, opor-se à opressão, enfrentar e combater as situações precárias, o preconceito e as imposições.
Este momento agudo traz uma oportunidade de exercer empatia pela situação de isolamento, tão comum para aqueles que passam por processos de adoecimento no âmbito da saúde mental.
Neste sentido, uma alternativa que se apresenta é a produção afetiva por meio da pedagogia do afeto. Assim, cabe a todos olhar para o cotidiano pré-pandemia e avaliar comportamentos, formas de reprodução, organização das rotinas, a fim de repensar todo este conjunto. Neste âmbito, é fundamental qualificar as práticas, perceber as divisões de papéis e tarefas, por exemplo.
Em outro aspecto, as necessidades básicas, higiene e alimentação, que para grande parte da população não existem ou são extremamente precárias influenciam enormemente, prejudicando a saúde física e mental dos indivíduos. Além disso, é importante observar as relações pessoais comparando como elas se dava e quais mudanças ocorreram neste período. Por fim, destaca-se a importância do cuidado no sentido da conquista da autonomia e da liberdade.
Este complexo debate abre espaço para diversas reflexões, propondo novos horizontes. Dessa forma, criar espaços, unir, compartilhar são ações necessárias para romper a solidão, acalmar o medo e evitar o adoecimento, ampliando o cuidado entre os pares. Neste momento, a utilização dos recursos tecnológicos é imprescindível. A comunicação se faz mais do que necessária, sendo importante também explorar as artes, por meio da música, livros, poesias, teatro e cinema, como formas valiosas de expressão.
No sentido mais amplo, o agravamento da pandemia, em nível nacional, devido ao comportamento e discurso do Presidente da República, à falta de ações práticas nas áreas da Saúde e Economia, amplia ainda mais as dificuldades de acesso às políticas de vulnerabilidade. Portanto, hoje, a defesa da vida está no cuidado em liberdade, antes de tudo, para jovens, negros, pobres, mulheres, índios e quilombolas.
A interação é peça fundamental para contornar a crise que se evidencia e levar adiante a discussão a respeito de todas estas temáticas que necessitam de soluções conjuntas. Assim, surgirão diversas sugestões, recomendações, direcionamentos e soluções práticas de engajamento e construção de novas ações. Neste sentido, atendimentos remotos, oficinas remotas, urgência e emergência, visitas domiciliares podem ser alternativas para acessar os mais vulneráveis.
Por fim, para este período crítico, faz-se necessário ampliar o acesso e oferta de escuta, criando estratégias, novos modelos, por meio de novas experiências. Logo, a interação poderá trazer novas ideias, diversidade de pontos de vistas e opiniões, detectando diferentes necessidades. Os desafios são muitos, porém, sabe-se que é preciso reinventar o cotidiano, trocar a violência pelo diálogo e substituir a necropolítica pela prioridade à vida.
Durante essa pandemia tive o privilégio de poder ficar em casa, tenho dois pais que são de risco, e cuido da filha de uma vizinha que trabalha na linha de frente, todo dia. Sou eu quem saio de casa para fazer as compras em farmácias e mercados. Para além dos cuidados físicos que estou mantendo ao máximo, a saúde mental anda bastante descuidada...Aqui no Brasil, e aqui em Santos podemos ver nesse momento de pandemia, a importância de um sistema de saúde único e universal, pois é através das políticas públicas que temos o acesso básico a saúde durante esses tempos incertos.
Minha breve narrativa durante o período de pandemia.
No inicio do ano, enquanto ainda estávamos tendo aula, eu não tinha noção do quão preocupante/perigosa era esta doença, porém quando houve o anúncio de suspensão das aulas, das inúmeras mortes e após ler muitas notícias/artigos, tive a certeza que estávamos vivendo uma situação realmente caótica. Minha família e eu conseguimos atender as recomendações de isolamento social e higiene individual, como uso de máscaras, álcool gel etc. Mas tenho claro que esta não é a realidade de muitos. Sei o quão realçado está as desigualdades que o país já enfrentava, fazendo com que muitos sofram, principalmente os mais vulneráveis.
Meu pai é motorista de ônibus coletivo na cidade de São Paulo, e felizmente conseguiu antecipar suas férias, o que é muito difícil. Tendo todos em casa, fomos nos refugiar em uma cidade pequena de Minas Gerais, onde meu pai cresceu. Após terminar seu mês de férias, felizmente, ele conseguiu se enquadrar na medida provisória de afastamento do governo federal, ficando mais um mês em casa, onde estaria protegido da vulnerabilidade de seu trabalho, porém o período de seu afastamento, também terminou. Mesmo muito preocupados voltamos a São Paulo. Eu, minha mãe e irmã, continuamos em casa, mas meu pai já voltou a trabalhar, e descobriu que seu cobrador estava afastado por ter contraído Covid-19, mas já estava voltando a trabalhar, deixando-nos ainda mais preocupados. O que nos resta agora é rezar e tomar todos os cuidados possíveis. Desejo muito que tudo isso passe logo, e que as pessoas fiquem bem!
A pandemia tem sido uma experiência bem complicada para mim, a minha ansiedade vem aumentando a cada momento, moro com meus pais, minha irmã e minha vó e basicamente quase todos fazem parte do grupo de risco, então vivo em preocupação constante para além dos problemas que já fazem parte do nosso cotidiano. Eu moro em um bairro bem estruturado de São Paulo, Ipiranga, por aqui vejo muita gente desrespeitando o isolamento social e muitos não utilizam máscaras, meu bairro tem muitos idosos e muitos dele desrespeitam as regras do isolamento e acreditam que tudo isso é besteira. Como estratégia para me manter minha saúde mental integra (ou quase) tenho feito acompanhamento psicológico virtual, costumo ler muitos livros, ver séries, filme e ouvir música, essas coisas tem sido meu refúgio, também tenho descobertos novos hobbies como a maquiagem e cozinhar.
Os serviços e politicas de saúde são de fundamental importância nas nossas vidas, tenho certeza que se não fosse nosso Sistema Único de Saúde (SUS) as coisas poderiam estar muito piores. Hoje percebo como o SUS está ganhando um maior reconhecimento por parte da população, mas isso quanto aos recursos que o SUS oferece, toda aparelhagem, sengo o atendimento primário colocado como segundo plano. Espero que as pessoas consigam perceber o quão importante é lutar pela manutenção desse sistema.
Moro com meus avós e ambos possuem mais de 95 anos, e assim que a quarentena foi decretada na Unifesp decidi vir para uma casa nossa no interior do estado afim de reduzir drasticamente o contato com outras pessoas uma vez que o resto da família continua trabalhando e parte deles não acataram o isolamento social.
Desde então residimos aqui, e lidar com a pandemia, para nós, é deixar de sair de casa, passamos a fazer as compras pelo celular e higienizar cuidadosamente tudo que vem de fora. O que mais nos incomoda é a mudança radical de vida e para isso buscamos tentativas de retomada do mais próximo à “normalidade”. Compramos quebra-cabeças, montamos uma horta e demos uma repaginada no jardim. Procurando manter o menor contato com noticiários e jornais, apresentei aos meus avós a Netflix e eles adoraram, passamos a tomar banhos de sol pela manhã e passeios de carro pelo condomínio às tardes.
Assim, acompanhamos a pandemia com certa distância de nossa realidade. Mas é possível notar que a desarticulação dos governos causa uma dificuldade na conscientização popular de frear a infecção pelo vírus ao mesmo tempo que há uma inversão da lógica quando se acredita que a solução é disponibilizar uma infinidade de leitos de UTI e respiradores, e não investir nas políticas públicas de saúde, e garantir condições básicas de manter o isolamento social horizontal, assegurando empregos e salários.
Presumo que seja o post referente a aula de territórios..
Nessa pandemia, a estratégia de cuidado que estou mantendo é o isolamento social, saindo de casa apenas quando o necessário. Porém, na cidade em que moro, São Vicente, desde o início do isolamento, grande parte das pessoas estão achando que são "férias", pois saem todos os dias, caminham na praia sempre que possível, entre outras coisas.. Ontem, apesar das estratégias de flexibilização não permitirem a abertura do comércio aqui, quase todos os comércios abriram e voltaram a funcionar como se nada estivesse acontecendo, o que pode nos prejudicar futuramente. Além disso, o sistema de saúde daqui é precário e as pessoas que ficam doentes são redirecionadas para Santos geralmente, gerando uma superlotação dos hospitais, que já não possuem leitos para todos.
Tenho vivenciado a pandemia realizando o isolamento social, saindo apenas para ir ao mercado. Minha rotina de cuidados está muito mais relacionada a prevenção do vírus, apesar de ficar em casa neste momento, direito que está sendo negado a diversos trabalhadores, não tenho conseguido estabelecer uma rotina ou fazer atividades físicas. Em relação à política de saúde, a importância de um sistema de saúde universal se explícita neste momento para garantir o acesso de todos aos cuidados de saúde, mas temo um colapso no sistema, tendo em vista que nossos governantes têm feito pouco para evita-lo ao tratar a doença como uma "gripezinha" e/ ou permitir a reabertura do comércio.
No primeiro mês de quarentena pude redescobrir a vivência de um cotidiano em família que a muito não era presente aqui em casa, e isso foi muito saudável e gostoso para mim e os que estão comigo! Com o passar do tempo, nós 3 (eu e meus pais) tivemos que voltar a trabalhar por questões de necessidade, mas mesmo assim todos tentamos respeitar o momento que estamos vivendo, só saindo realmente para ir ao super mercado e trabalhar.
Em relação as estratégias de cuidado, tenho tentado consumir apenas as noticias essenciais evitando ver muita tv ou jornais porque percebo o quanto estou frágil e me faz mal alguns tipos de mídia.
Já em relação aos serviços e políticas de saúde, é nítida a relevância do SUS no enfrentamento a pandemia e ganha destaque a verba emergencial liberada para saúde, pelo menos na cidade de São Paulo.
Presumo que esse seja o post a respeito da aula dos territórios.
Durante a pandemia ficou mais evidente as desigualdades sociais no meu bairro, onde moro há um número considerável de pessoas dependentes do SUS, sabemos que durante a pandemia necessidades de saúde básica não deixam de existir, porém, há uma dificuldades para encontrar locais disponíveis de atendimento para outras necessidades como por exemplo dores no corpo e outras demandas, eu consigo estar de quarentena na minha casa, então os cuidados que tenho se resumem a idas periódicas ao mercado no qual temos que higienizar todos os produtos, a respeito dos serviços de saúde percebo que há uma divisão de opiniões: parte das pessoas começaram a entender a importância do SUS por oferecer um serviço universal e gratuito e a outra parte se tornou mais crítica em razão as filas, falta de medicamento e falta de álcool em gel nas unidades básicas.
Bom, quando deixei Santos para ficar com meus pais nesse período pensei que a situação não passaria de um mês e não me preparei tanto para passar esse tempo longe de casa, principalmente psicologicamente. Aqui no sítio, no interior de sp, onde meus pais moram há pouco tempo, a situação é mais fácil e conseguimos seguir a risca o isolamento social, só saindo uma vez por mês para ir ao mercado e farmácia na cidade. Contudo, por aqui pouca gente esta levando a sério, sempre há pessoas andando nas ruas sem máscara, chácaras ao redor sendo alugadas aos fins-de-semana para festas, parentes fazendo visitas todos os dias, mesmo com casos confirmados em todas as cidades próximas... E o que mais preocupa é isso, por mais que estejamos seguindo as recomendações e tomando cuidado, acabamos ficando expostos a riscos.
Busco seguir uma rotina e me manter ocupada, o entretenimento via internet cansou, e a cabeça nem aguenta mais mexer no celular. A oportunidade de poder ficar em casa, inviável à muitos, conforta e traz segurança, embora a incerteza do futuro assuste.
Sobre os serviços de saúde, é difícil imaginar como seria o estrago de um Brasil sem SUS, por isso nunca se foi tão importante lutar pelo nosso direito básico à saúde e também pela valorização da ciência e das universidades públicas.
Estamos passando por um período muito caótico. A pandemia do covid-19 expõem crises que ainda viriam a emergir. Cumpro o isolamento social, entretanto, meus pais ainda trabalham "normalmente", já que a empresa se caracteriza como serviço essencial. Então, as politicas públicas que tentam promover o isolamento social estão limitadas, já que meus familiares precisam se expor. O serviço de saúde do meu bairro, não atende aos moldes de contato direto com os moradores.
Nesse período busco aprender com tudo que acontece, apesar de em alguns momentos me enfurecer com a falta de diligência do Estado e seu descaso com toda a população. Em alguns momentos tive que sair da minha residência para comprar alimentos. Com isso, consegui perceber que no inicio da quarentena havia uma forte adesão dos comércios e das pessoas em geral. Conforme o passar dos dias e com o discurso de alguns “políticos” era perceptível a despreocupação da população. Hoje, não consigo enxergar o momento do fim dessa pandemia, pelo menos aqui no Brasil.
No meu bairro ou meu território existem vulnerabilidades. Segundo o jornal da região¹, possuí 90 casos de covid-19. A doença ainda não atingiu números significativos, devido ao isolamento social. Hoje, todos os comércios estão abertos e muitas pessoas desacreditam da alta taxa de contágio da doença. Mas conforme o andar da carruagem... Vivenciarei um “epicentro” em algum momento dessa pandemia... Espero que não e que passemos bem!!!
Minha vivencia com relação a pandemia se da cada dia de uma vez... Levando em conta que estamos enfrentando vários outros problemas aliados ao da pandemia cada dia vivido é uma nova vitória, principalmente se formos falar de territórios que escancaram as desigualdades em que estamos inseridos.. Onde algumas pessoas podem realizar o home office e quase não sair de casa, fazer pedido por aplicativos e do outro lado do território nos temos os entregadores desses aplicativos que trabalham sem nenhum direito e se expõe e expõe sua família todos os dias, já que se esse trabalho não for feito esses não terão o que comer. Como muitas políticas públicas são bem defasadas nos vemos no dia a dia e na aula sobre territórios as comunidades lutam por si só, pela própria sobrevivência e dos seus, trabalhando com suas próprias técnicas e oferecendo o que de melhor conseguirem para manter sua comunidade viva, com alimento e com acesso a máscaras, produtos de higiene etc... Mais uma vez vemos o Estado sendo omisso, ou fazendo políticas que chegam completamente desiguais a população e as comunidades tendo que lutar sozinha pela sua sobrevivência. Infelizmente vemos também uma certa naturalização das desigualdades do tipo "já estão acostumados a lutarem sozinhos e fazerem por si mesmos" e isso não pode ser naturalizado, as desigualdades sociais, raciais, etc devem ser expostas todos os dias... Como foi citado durante a aula "a periferia não para, não porque não quer, mas porque não pode". Eu só saio para ir no mercado porque estou em condições de fazer isso, e ficar em casa o resto do tempo, mas sabemos que a realidade da maioria não é essa...
Quando eu deixei a cidade de Santos, por conta da pandemia e, consequentemente, devido o fechamento da rodoviária, para voltar a cidade onde minha família mora, achei que seria apenas por 15 dias. Como poderia passar disso? E passou. O fato de não termos uma data que defina quando poderemos voltar as nossas atividades tem me perturbado. Ademais, difícil manter a mente em paz e produtiva quando se pensa nas vidas que estão sendo afetadas por essa pandemia, seja porque alguém próximo foi contaminado pelo Covid-19 e faleceu, sem que a família e amigos pudessem se despedir adequadamente, ou seja por conta da situação das famílias que está piorando, em diversos aspectos, principalmente a questão financeira, além do desemprego que aumenta por conta deste cenário.
A minha estratégia de cuidado tem sido tentar viver um dia por vez, já que não está sendo possível fazer muitos planejamentos. Além disso, conto com apoio psicológico online, que me permite observar e tentar ajustar determinados eixos. Músicas, vídeos, o contato com meus cachorros, uma vista da janela para as árvores e tomar sol tem me ajudado a vivenciar os últimos dias.
Em relação aos serviços de saúde, sempre tive maior contato com as unidades básicas de saúde para consultas de rotina ou eventuais questões. A fila de espera, que durava de semanas a meses, nunca faltou. Esta é uma das barreiras que os brasileiros enfrentam no acesso a saúde. Além disso, moro em um local que fica próximo aos serviços de saúde, mas a partir do momento que este acesso está distante das periferias, onde residem pessoas que podem ter dificuldade de locomoção, isso fere o princípio de equidade e universalidade do Sistema Único de Saúde.
Não tive maiores problemas com serviços de saúde pois tenho poucas demandas. No entanto, em Barueri, cidade onde resido no momento, uma medicação para pessoas contaminadas com Covid-19, mas que não encontram-se hospitalizadas, está em falta, e essa situação me afeta, pois coloca vidas próximas a mim em risco.
Durante a pandemia, estou conseguindo manter o distanciamento social, saindo em casos de extrema necessidade (mercado, feira, farmácia...). Está sendo para mim, um momento muito ambíguo, afinal, é um momento de muitos medos, preocupações, aflições, mas também um momento novo, para sair da rotina e me dedicar a atividades que eu nunca tive tempo. Um momento para repensar o cotidiano, práticas que eu realizava tão automaticamente e que muitas vezes não refletia sobre elas. Algumas estratégias de cuidado estão sendo: aulas de yoga, meditação, estabelecimento de uma rotina, resguardar um tempo para o ócio, para mim, evitar assistir noticiários e avalanches de informações, ler, estudar, assistir séries e filmes, além disso, busco manter contato com meus familiares e amigos distantes, enfim... Essas são algumas das atividades que estão sendo fundamentais.
Acerca dos serviços e das políticas de saúde, fica ainda mais evidente a necessidade de lutarmos pela manutenção e pela qualidade deles. Durante está fase, consegui perceber que muitas pessoas passaram a reconhecer a importância do SUS em nossa sociedade e espero que ajude a mobilizar esforços da sociedade civil, em defesa da saúde e das políticas públicas.
creio que o post seja sobre a aula de territórios rs.
Minha vivencia dentro da conjuntura atual de pandemia do novo covid-19 está sendo adaptada até hoje, procuro seguir algum conteúdo que me interesse durante o dia, e pela noite tento procurar um documentário ou filme sobre alguma coisa que me desperte curiosidade pra estudar depois sobre. Entretanto, na minha casa os únicos que conseguem seguir o distanciamento sou eu, minha mãe e meu irmão, meu pai segue trabalhando por ser caminhoneiro e autônomo. Os processos de cuidado que procuramos fazer é em relação com a nossa saúde mental, procuramos manter a calma em algumas situações.
Já o serviço de saúde, entraram em contato com uma visita (a distancia) mas procurando conscientizar a comunidade a contribuir com o afastamento social e orientando sobre o teste que pode ser realizado caso tenhamos algum sintoma da patologia, nesse aspecto a unidade básica de saúde do bairro se mostrou bem presente.
Presumo que o tópico seja sobre a aula de territórios.
Bem, no meu caso as estratégias de cuidado são mínimas, até por eu não estar exposto. Me encontro em uma chácara no interior do Estado e estamos seguindo o distanciamento, saindo minimamente com as devidas precauções. A questão latente é a saúde mental pela falta de contato com outras pessoas há mais de dois meses. Porém, a internet tem sido uma ferramente útil na superação deste quadro.
Minha vivência com a pandemia é estar vivendo um dia de cada vez, pois as informações e os fake news nas redes sociais atordoam qualquer ser. Estou inclusa no grupo de risco, portanto cuidado e vigilância são redobrados, apesar da carência de alguns itens básicos para sobrevivência. O cotidiano está sendo reinventado para que o colapso não se propague, através de entretenimento que afaste a fadiga mental e o stress.
O ano de 2019 foi um tanto exaustivo, pois tive que conciliar estudo, trabalho e rotinas de casa. Porém, foi um período de aprendizado acadêmico na UNIFESP, além da conclusão da graduação de Educação Física. Aprendi muito sobre organização, para que pudesse cumprir os diversos prazos que surgiam nas duas graduações. Treinei minha adaptabilidade e meu foco ao aprender a dividir atenções entre o social, o acadêmico e o profissional, pois além das duas graduações, fui nomeado professor de Ensino Fundamental na Prefeitura de Santos.
Para 2020 já estava mais preparado, organizado, motivado e feliz, pois tinha a certeza de que teria mais tempo para me dedicar à Nutrição e a novos projetos, como um grupo de treinamento na praia, voltado aos colegas da UNIFESP.
No entanto, fui anestesiado pela quarentena. Com o isolamento social, iniciou-se mais outra etapa de aprendizagem, que envolve o respeito e a preocupação com outro e um novo processo de conhecer-se.
A rotina foi brutalmente abalada: o acúmulo diário de atividades transformou-se num vazio, repleto de ociosidade. Para piorar, as tristes notícias constantes no âmbito da saúde, além das crises políticas e institucionais tornam o momento ainda mais dramático.
Posto isso, foi necessário pensar na utilização do tempo livre, até mesmo como forma de incluir momentos de satisfação, produtividade, leveza, visando à manutenção da saúde mental. Dessa forma, me programei para organizar as atividades de casa pela manhã, ouvir música em momentos esporádicos do dia, tomar sol às tardes, realizar cursos online, assistir vídeos de interesse profissional, realizar treinos físicos ao final da tarde, assistir filmes pela noite.
Foi criada uma nova rotina, neste sentido, destaco a importância do autocuidado que enfatizei para a alimentação. Pela restrição de alimentar-se fora de casa, passei a cozinhar mais, passando a consumir alimentos mais saudáveis na maior parte dos dias. Por outro lado, ainda consumindo alimentos processados ou ultraprocessados, devido à realização de compras para um longo período, o que exclui a opção por uma variedade de legumes, verduras e frutas.
Estas estratégias tem muito a ver com minha trajetória: a seleção de atividades físicas para o período, com a Educação Física correndo pelas veias; a aproximação ao cuidado alimentar, com as novas aprendizagens de Nutrição; as demais atividades que acabam sendo deixadas de lado pela falta de tempo.
É neste contexto que exponho os desafios com relação à saúde mental. O que serve como solução para mim, pouco ou nada tem a ver com a necessidade de outra pessoa que pode ser afetada pela sua realidade, suas questões pessoais, estrutura financeira, contexto de vida, momento de desenvolvimento acadêmico ou profissional, dentre tantas outras influências.
O tema saúde mental durante a pandemia tem sido o centro de diversos debates por profissionais da área da saúde e também pela população que sofre as consequências do isolamento e das desigualdades que se acentuam neste período.
Durante esta fase de mudanças, surgem no cotidiano novas práticas, novas formas de se relacionar, novas reflexões. Tais alterações refletem um imperativo neste momento.
Neste contexto, os sentimentos mais aflorados estão relacionados à angústia, ao medo e à solidão. Neste sentido, enumeram-se algumas consequências que este período vem transparecendo, como o empobrecimento da população e dificuldades gerais no âmbito das necessidades básicas.
Assim, destacam-se algumas ações necessárias a fim de superar este período de restrição e tão conflituoso, como: o uso da criatividade, no sentido de reinventar processos; ações mais solidárias; e o auto-cuidado. Destaco, neste sentido, a importância de valorizar o tempo disponível, testar e desenvolver novas habilidades e retomar hábitos de preferência, a fim de cuidar da saúde mental.
Como já citado, as desigualdades tornam-se mais transparentes e se agravam devido às deficiências já estabelecidas, às novas necessidades e às novas condições como adoecimento, desemprego, diminuição de renda, entre outros aspectos.
Portanto, há necessidade de se repensar a respeito dos valores, pois é cada vez mais evidente que o sistema social é quem está doente. Logo, é preciso transformar este sistema. O momento da pandemia pode ser então uma fase importante para efetivar tal transformação, aproveitando-se para reunir esforços, organizar-se melhor em lutas mais profundas, opor-se à opressão, enfrentar e combater as situações precárias, o preconceito e as imposições.
Este momento agudo traz uma oportunidade de exercer empatia pela situação de isolamento, tão comum para aqueles que passam por processos de adoecimento no âmbito da saúde mental.
Neste sentido, uma alternativa que se apresenta é a produção afetiva por meio da pedagogia do afeto. Assim, cabe a todos olhar para o cotidiano pré-pandemia e avaliar comportamentos, formas de reprodução, organização das rotinas, a fim de repensar todo este conjunto. Neste âmbito, é fundamental qualificar as práticas, perceber as divisões de papéis e tarefas, por exemplo.
Em outro aspecto, as necessidades básicas, higiene e alimentação, que para grande parte da população não existem ou são extremamente precárias influenciam enormemente, prejudicando a saúde física e mental dos indivíduos. Além disso, é importante observar as relações pessoais comparando como elas se dava e quais mudanças ocorreram neste período. Por fim, destaca-se a importância do cuidado no sentido da conquista da autonomia e da liberdade.
Este complexo debate abre espaço para diversas reflexões, propondo novos horizontes. Dessa forma, criar espaços, unir, compartilhar são ações necessárias para romper a solidão, acalmar o medo e evitar o adoecimento, ampliando o cuidado entre os pares. Neste momento, a utilização dos recursos tecnológicos é imprescindível. A comunicação se faz mais do que necessária, sendo importante também explorar as artes, por meio da música, livros, poesias, teatro e cinema, como formas valiosas de expressão.
No sentido mais amplo, o agravamento da pandemia, em nível nacional, devido ao comportamento e discurso do Presidente da República, à falta de ações práticas nas áreas da Saúde e Economia, amplia ainda mais as dificuldades de acesso às políticas de vulnerabilidade. Portanto, hoje, a defesa da vida está no cuidado em liberdade, antes de tudo, para jovens, negros, pobres, mulheres, índios e quilombolas.
A interação é peça fundamental para contornar a crise que se evidencia e levar adiante a discussão a respeito de todas estas temáticas que necessitam de soluções conjuntas. Assim, surgirão diversas sugestões, recomendações, direcionamentos e soluções práticas de engajamento e construção de novas ações. Neste sentido, atendimentos remotos, oficinas remotas, urgência e emergência, visitas domiciliares podem ser alternativas para acessar os mais vulneráveis.
Por fim, para este período crítico, faz-se necessário ampliar o acesso e oferta de escuta, criando estratégias, novos modelos, por meio de novas experiências. Logo, a interação poderá trazer novas ideias, diversidade de pontos de vistas e opiniões, detectando diferentes necessidades. Os desafios são muitos, porém, sabe-se que é preciso reinventar o cotidiano, trocar a violência pelo diálogo e substituir a necropolítica pela prioridade à vida.
Durante essa pandemia tive o privilégio de poder ficar em casa, tenho dois pais que são de risco, e cuido da filha de uma vizinha que trabalha na linha de frente, todo dia. Sou eu quem saio de casa para fazer as compras em farmácias e mercados. Para além dos cuidados físicos que estou mantendo ao máximo, a saúde mental anda bastante descuidada...Aqui no Brasil, e aqui em Santos podemos ver nesse momento de pandemia, a importância de um sistema de saúde único e universal, pois é através das políticas públicas que temos o acesso básico a saúde durante esses tempos incertos.
Minha breve narrativa durante o período de pandemia.
No inicio do ano, enquanto ainda estávamos tendo aula, eu não tinha noção do quão preocupante/perigosa era esta doença, porém quando houve o anúncio de suspensão das aulas, das inúmeras mortes e após ler muitas notícias/artigos, tive a certeza que estávamos vivendo uma situação realmente caótica. Minha família e eu conseguimos atender as recomendações de isolamento social e higiene individual, como uso de máscaras, álcool gel etc. Mas tenho claro que esta não é a realidade de muitos. Sei o quão realçado está as desigualdades que o país já enfrentava, fazendo com que muitos sofram, principalmente os mais vulneráveis.
Meu pai é motorista de ônibus coletivo na cidade de São Paulo, e felizmente conseguiu antecipar suas férias, o que é muito difícil. Tendo todos em casa, fomos nos refugiar em uma cidade pequena de Minas Gerais, onde meu pai cresceu. Após terminar seu mês de férias, felizmente, ele conseguiu se enquadrar na medida provisória de afastamento do governo federal, ficando mais um mês em casa, onde estaria protegido da vulnerabilidade de seu trabalho, porém o período de seu afastamento, também terminou. Mesmo muito preocupados voltamos a São Paulo. Eu, minha mãe e irmã, continuamos em casa, mas meu pai já voltou a trabalhar, e descobriu que seu cobrador estava afastado por ter contraído Covid-19, mas já estava voltando a trabalhar, deixando-nos ainda mais preocupados. O que nos resta agora é rezar e tomar todos os cuidados possíveis. Desejo muito que tudo isso passe logo, e que as pessoas fiquem bem!
A pandemia tem sido uma experiência bem complicada para mim, a minha ansiedade vem aumentando a cada momento, moro com meus pais, minha irmã e minha vó e basicamente quase todos fazem parte do grupo de risco, então vivo em preocupação constante para além dos problemas que já fazem parte do nosso cotidiano. Eu moro em um bairro bem estruturado de São Paulo, Ipiranga, por aqui vejo muita gente desrespeitando o isolamento social e muitos não utilizam máscaras, meu bairro tem muitos idosos e muitos dele desrespeitam as regras do isolamento e acreditam que tudo isso é besteira. Como estratégia para me manter minha saúde mental integra (ou quase) tenho feito acompanhamento psicológico virtual, costumo ler muitos livros, ver séries, filme e ouvir música, essas coisas tem sido meu refúgio, também tenho descobertos novos hobbies como a maquiagem e cozinhar.
Os serviços e politicas de saúde são de fundamental importância nas nossas vidas, tenho certeza que se não fosse nosso Sistema Único de Saúde (SUS) as coisas poderiam estar muito piores. Hoje percebo como o SUS está ganhando um maior reconhecimento por parte da população, mas isso quanto aos recursos que o SUS oferece, toda aparelhagem, sengo o atendimento primário colocado como segundo plano. Espero que as pessoas consigam perceber o quão importante é lutar pela manutenção desse sistema.
Moro com meus avós e ambos possuem mais de 95 anos, e assim que a quarentena foi decretada na Unifesp decidi vir para uma casa nossa no interior do estado afim de reduzir drasticamente o contato com outras pessoas uma vez que o resto da família continua trabalhando e parte deles não acataram o isolamento social.
Desde então residimos aqui, e lidar com a pandemia, para nós, é deixar de sair de casa, passamos a fazer as compras pelo celular e higienizar cuidadosamente tudo que vem de fora. O que mais nos incomoda é a mudança radical de vida e para isso buscamos tentativas de retomada do mais próximo à “normalidade”. Compramos quebra-cabeças, montamos uma horta e demos uma repaginada no jardim. Procurando manter o menor contato com noticiários e jornais, apresentei aos meus avós a Netflix e eles adoraram, passamos a tomar banhos de sol pela manhã e passeios de carro pelo condomínio às tardes.
Assim, acompanhamos a pandemia com certa distância de nossa realidade. Mas é possível notar que a desarticulação dos governos causa uma dificuldade na conscientização popular de frear a infecção pelo vírus ao mesmo tempo que há uma inversão da lógica quando se acredita que a solução é disponibilizar uma infinidade de leitos de UTI e respiradores, e não investir nas políticas públicas de saúde, e garantir condições básicas de manter o isolamento social horizontal, assegurando empregos e salários.
Presumo que seja o post referente a aula de territórios..
Nessa pandemia, a estratégia de cuidado que estou mantendo é o isolamento social, saindo de casa apenas quando o necessário. Porém, na cidade em que moro, São Vicente, desde o início do isolamento, grande parte das pessoas estão achando que são "férias", pois saem todos os dias, caminham na praia sempre que possível, entre outras coisas.. Ontem, apesar das estratégias de flexibilização não permitirem a abertura do comércio aqui, quase todos os comércios abriram e voltaram a funcionar como se nada estivesse acontecendo, o que pode nos prejudicar futuramente. Além disso, o sistema de saúde daqui é precário e as pessoas que ficam doentes são redirecionadas para Santos geralmente, gerando uma superlotação dos hospitais, que já não possuem leitos para todos.
Tenho vivenciado a pandemia realizando o isolamento social, saindo apenas para ir ao mercado. Minha rotina de cuidados está muito mais relacionada a prevenção do vírus, apesar de ficar em casa neste momento, direito que está sendo negado a diversos trabalhadores, não tenho conseguido estabelecer uma rotina ou fazer atividades físicas. Em relação à política de saúde, a importância de um sistema de saúde universal se explícita neste momento para garantir o acesso de todos aos cuidados de saúde, mas temo um colapso no sistema, tendo em vista que nossos governantes têm feito pouco para evita-lo ao tratar a doença como uma "gripezinha" e/ ou permitir a reabertura do comércio.
No primeiro mês de quarentena pude redescobrir a vivência de um cotidiano em família que a muito não era presente aqui em casa, e isso foi muito saudável e gostoso para mim e os que estão comigo! Com o passar do tempo, nós 3 (eu e meus pais) tivemos que voltar a trabalhar por questões de necessidade, mas mesmo assim todos tentamos respeitar o momento que estamos vivendo, só saindo realmente para ir ao super mercado e trabalhar.
Em relação as estratégias de cuidado, tenho tentado consumir apenas as noticias essenciais evitando ver muita tv ou jornais porque percebo o quanto estou frágil e me faz mal alguns tipos de mídia.
Já em relação aos serviços e políticas de saúde, é nítida a relevância do SUS no enfrentamento a pandemia e ganha destaque a verba emergencial liberada para saúde, pelo menos na cidade de São Paulo.
Presumo que esse seja o post a respeito da aula dos territórios.
Durante a pandemia ficou mais evidente as desigualdades sociais no meu bairro, onde moro há um número considerável de pessoas dependentes do SUS, sabemos que durante a pandemia necessidades de saúde básica não deixam de existir, porém, há uma dificuldades para encontrar locais disponíveis de atendimento para outras necessidades como por exemplo dores no corpo e outras demandas, eu consigo estar de quarentena na minha casa, então os cuidados que tenho se resumem a idas periódicas ao mercado no qual temos que higienizar todos os produtos, a respeito dos serviços de saúde percebo que há uma divisão de opiniões: parte das pessoas começaram a entender a importância do SUS por oferecer um serviço universal e gratuito e a outra parte se tornou mais crítica em razão as filas, falta de medicamento e falta de álcool em gel nas unidades básicas.
Bom, quando deixei Santos para ficar com meus pais nesse período pensei que a situação não passaria de um mês e não me preparei tanto para passar esse tempo longe de casa, principalmente psicologicamente. Aqui no sítio, no interior de sp, onde meus pais moram há pouco tempo, a situação é mais fácil e conseguimos seguir a risca o isolamento social, só saindo uma vez por mês para ir ao mercado e farmácia na cidade. Contudo, por aqui pouca gente esta levando a sério, sempre há pessoas andando nas ruas sem máscara, chácaras ao redor sendo alugadas aos fins-de-semana para festas, parentes fazendo visitas todos os dias, mesmo com casos confirmados em todas as cidades próximas... E o que mais preocupa é isso, por mais que estejamos seguindo as recomendações e tomando cuidado, acabamos ficando expostos a riscos.
Busco seguir uma rotina e me manter ocupada, o entretenimento via internet cansou, e a cabeça nem aguenta mais mexer no celular. A oportunidade de poder ficar em casa, inviável à muitos, conforta e traz segurança, embora a incerteza do futuro assuste.
Sobre os serviços de saúde, é difícil imaginar como seria o estrago de um Brasil sem SUS, por isso nunca se foi tão importante lutar pelo nosso direito básico à saúde e também pela valorização da ciência e das universidades públicas.
Estamos passando por um período muito caótico. A pandemia do covid-19 expõem crises que ainda viriam a emergir. Cumpro o isolamento social, entretanto, meus pais ainda trabalham "normalmente", já que a empresa se caracteriza como serviço essencial. Então, as politicas públicas que tentam promover o isolamento social estão limitadas, já que meus familiares precisam se expor. O serviço de saúde do meu bairro, não atende aos moldes de contato direto com os moradores.
Nesse período busco aprender com tudo que acontece, apesar de em alguns momentos me enfurecer com a falta de diligência do Estado e seu descaso com toda a população. Em alguns momentos tive que sair da minha residência para comprar alimentos. Com isso, consegui perceber que no inicio da quarentena havia uma forte adesão dos comércios e das pessoas em geral. Conforme o passar dos dias e com o discurso de alguns “políticos” era perceptível a despreocupação da população. Hoje, não consigo enxergar o momento do fim dessa pandemia, pelo menos aqui no Brasil.
No meu bairro ou meu território existem vulnerabilidades. Segundo o jornal da região¹, possuí 90 casos de covid-19. A doença ainda não atingiu números significativos, devido ao isolamento social. Hoje, todos os comércios estão abertos e muitas pessoas desacreditam da alta taxa de contágio da doença. Mas conforme o andar da carruagem... Vivenciarei um “epicentro” em algum momento dessa pandemia... Espero que não e que passemos bem!!!
Comentário referente à aula de territórios
¹Jornal Costa Norte
Link: https://d.costanorte.com.br/geral/70178/covid-19-em-guaruja-confira-os-casos-por-bairro-nesta-segunda-feira
Acessado: 02 de junho de 2020
Minha vivencia com relação a pandemia se da cada dia de uma vez... Levando em conta que estamos enfrentando vários outros problemas aliados ao da pandemia cada dia vivido é uma nova vitória, principalmente se formos falar de territórios que escancaram as desigualdades em que estamos inseridos.. Onde algumas pessoas podem realizar o home office e quase não sair de casa, fazer pedido por aplicativos e do outro lado do território nos temos os entregadores desses aplicativos que trabalham sem nenhum direito e se expõe e expõe sua família todos os dias, já que se esse trabalho não for feito esses não terão o que comer. Como muitas políticas públicas são bem defasadas nos vemos no dia a dia e na aula sobre territórios as comunidades lutam por si só, pela própria sobrevivência e dos seus, trabalhando com suas próprias técnicas e oferecendo o que de melhor conseguirem para manter sua comunidade viva, com alimento e com acesso a máscaras, produtos de higiene etc... Mais uma vez vemos o Estado sendo omisso, ou fazendo políticas que chegam completamente desiguais a população e as comunidades tendo que lutar sozinha pela sua sobrevivência. Infelizmente vemos também uma certa naturalização das desigualdades do tipo "já estão acostumados a lutarem sozinhos e fazerem por si mesmos" e isso não pode ser naturalizado, as desigualdades sociais, raciais, etc devem ser expostas todos os dias... Como foi citado durante a aula "a periferia não para, não porque não quer, mas porque não pode". Eu só saio para ir no mercado porque estou em condições de fazer isso, e ficar em casa o resto do tempo, mas sabemos que a realidade da maioria não é essa...
Quando eu deixei a cidade de Santos, por conta da pandemia e, consequentemente, devido o fechamento da rodoviária, para voltar a cidade onde minha família mora, achei que seria apenas por 15 dias. Como poderia passar disso? E passou. O fato de não termos uma data que defina quando poderemos voltar as nossas atividades tem me perturbado. Ademais, difícil manter a mente em paz e produtiva quando se pensa nas vidas que estão sendo afetadas por essa pandemia, seja porque alguém próximo foi contaminado pelo Covid-19 e faleceu, sem que a família e amigos pudessem se despedir adequadamente, ou seja por conta da situação das famílias que está piorando, em diversos aspectos, principalmente a questão financeira, além do desemprego que aumenta por conta deste cenário.
A minha estratégia de cuidado tem sido tentar viver um dia por vez, já que não está sendo possível fazer muitos planejamentos. Além disso, conto com apoio psicológico online, que me permite observar e tentar ajustar determinados eixos. Músicas, vídeos, o contato com meus cachorros, uma vista da janela para as árvores e tomar sol tem me ajudado a vivenciar os últimos dias.
Em relação aos serviços de saúde, sempre tive maior contato com as unidades básicas de saúde para consultas de rotina ou eventuais questões. A fila de espera, que durava de semanas a meses, nunca faltou. Esta é uma das barreiras que os brasileiros enfrentam no acesso a saúde. Além disso, moro em um local que fica próximo aos serviços de saúde, mas a partir do momento que este acesso está distante das periferias, onde residem pessoas que podem ter dificuldade de locomoção, isso fere o princípio de equidade e universalidade do Sistema Único de Saúde.
Não tive maiores problemas com serviços de saúde pois tenho poucas demandas. No entanto, em Barueri, cidade onde resido no momento, uma medicação para pessoas contaminadas com Covid-19, mas que não encontram-se hospitalizadas, está em falta, e essa situação me afeta, pois coloca vidas próximas a mim em risco.
Durante a pandemia, estou conseguindo manter o distanciamento social, saindo em casos de extrema necessidade (mercado, feira, farmácia...). Está sendo para mim, um momento muito ambíguo, afinal, é um momento de muitos medos, preocupações, aflições, mas também um momento novo, para sair da rotina e me dedicar a atividades que eu nunca tive tempo. Um momento para repensar o cotidiano, práticas que eu realizava tão automaticamente e que muitas vezes não refletia sobre elas. Algumas estratégias de cuidado estão sendo: aulas de yoga, meditação, estabelecimento de uma rotina, resguardar um tempo para o ócio, para mim, evitar assistir noticiários e avalanches de informações, ler, estudar, assistir séries e filmes, além disso, busco manter contato com meus familiares e amigos distantes, enfim... Essas são algumas das atividades que estão sendo fundamentais.
Acerca dos serviços e das políticas de saúde, fica ainda mais evidente a necessidade de lutarmos pela manutenção e pela qualidade deles. Durante está fase, consegui perceber que muitas pessoas passaram a reconhecer a importância do SUS em nossa sociedade e espero que ajude a mobilizar esforços da sociedade civil, em defesa da saúde e das políticas públicas.
creio que o post seja sobre a aula de territórios rs.
Minha vivencia dentro da conjuntura atual de pandemia do novo covid-19 está sendo adaptada até hoje, procuro seguir algum conteúdo que me interesse durante o dia, e pela noite tento procurar um documentário ou filme sobre alguma coisa que me desperte curiosidade pra estudar depois sobre. Entretanto, na minha casa os únicos que conseguem seguir o distanciamento sou eu, minha mãe e meu irmão, meu pai segue trabalhando por ser caminhoneiro e autônomo. Os processos de cuidado que procuramos fazer é em relação com a nossa saúde mental, procuramos manter a calma em algumas situações.
Já o serviço de saúde, entraram em contato com uma visita (a distancia) mas procurando conscientizar a comunidade a contribuir com o afastamento social e orientando sobre o teste que pode ser realizado caso tenhamos algum sintoma da patologia, nesse aspecto a unidade básica de saúde do bairro se mostrou bem presente.
Presumo que o tópico seja sobre a aula de territórios.
Bem, no meu caso as estratégias de cuidado são mínimas, até por eu não estar exposto. Me encontro em uma chácara no interior do Estado e estamos seguindo o distanciamento, saindo minimamente com as devidas precauções. A questão latente é a saúde mental pela falta de contato com outras pessoas há mais de dois meses. Porém, a internet tem sido uma ferramente útil na superação deste quadro.