Existe uma relação intrínseca entre o processo social-histórico e o processo saúde-doença, nenhuma doença ou patologia é um fenômeno apenas biológico. Para entender a situação que vivemos hoje, precisamos observar e estudar como funciona(ou melhor, como não funciona), a sociedade capitalista. A forma como produzimos vida, para quem produzimos vida e pra que produzimos essas vidas, onde essa "vida" tem apenas a função de produzir riqueza, e portanto deve ser explorada, nesse processo de exploração o único resultado que nos espera é a doença e a medicina entra como um órgão responsável de manter o desempenho social do sujeito. Observamos esse movimento nas falas do nosso governante de Estado, que insiste em dar continuidade nas atividades econômicas, visto que "o país não pode parar".
Podemos perceber de forma explícita que não existe real preocupação com a vida da classe trabalhadora e que quem sofre, adoece, é pressionado, ignorado, não só em tempos de pandemia, sempre foram os mais pobres, aqueles que vivem à margem da sociedade, pretos, indígenas, mulheres que desde sempre tiveram seus direitos humanos violados, bem antes da pandemia do Covid-19.
A pandemia que vivemos hoje é uma produção de adoecimento da própria sociedade capitalista, uma totalidade de questões sociais estruturais. No Brasil, ela é um extermínio social.