Caio Garrido
Indicacão: O Farol
O Isolamento e o que jogamos no ‘oceano’ que volta para nos aterrorizar
Em algum momento, nos sentimos abandonados à própria sorte.
Este sentimento é premente durante o isolamento quase “consentido” neste pacto social durante a pandemia. Presume-se que as pessoas estão conectadas via internet, mas como já li em algum lugar – nesta torrente deste mar de informações vindo de nossas redes sociais onde alguns peixes são fisgados enquanto outros fogem como sereias indestrutíveis e perigosas, pois as esquecemos – as pessoas consentem em solidarizarem-se umas com as outras muito por um individualismo compartilhado do que por uma razão somente ética.
Como disse o psicanalista Edson Luiz André de Sousa, “se por um lado vemos algumas atitudes colaborativas, por outro nos assustamos com uma espécie de guerra sanitária que surge, com aviões sendo retidos em alguns países com máscaras e equipamentos hospitalares, enfim, um verdadeiro horror”.
E ainda, corroborando a afirmação que faço mais acima, Heiner Mühlmann, de acordo com o seu modelo científico-cultural da “cooperação sob stress maximal”, diz que “a emergência de uma concertação coletiva em face de uma ameaça – real ou virtual – que afeta o todo da sociedade, não significa que o bem comum se sobrepõe aos interesses privados, mas constitui tão só o exemplo de um tipo específico de ‘cooperação egoísta’, no qual a cooperação possui mais vantagens individuais do que o puro e simples interesse de cada indivíduo por si só”. (Fonte: Luís Carneiro, em “A dissidência no império biopolítico do fim” - https://www.revistapunkto.com/2020/04/a-dissidencia-no-imperio-biopolitico-do.html)